sábado, 25 de agosto de 2018

Uma Congregação de Mentirosos no Brasil



A Congregação Cristã no Brasil prega que todo e qualquer pecado praticado antes de uma pessoa se filiar à denominação através do batismo nas águas será perdoado, e que após isso a pessoa não pode mais pecar. Para a CCB, existe um único pecado que é gravíssimo: o sexo extraconjugal, o que ela sempre considerou “pecado de morte”.

Os anciães e cooperadores nunca vão pregar de cima do púlpito que um irmão já batizado peca, mas sim que o tal possui “faltas e fraquezas”. Dentre estas estão mentiras, engano, lascívia, traições, roubos, estelionatos, soberba, falsidade, inveja, orgulho, desprezo, desonra de pai e mãe, praguejamento, mal caráter, arrogância entre outras coisas que para a CCB não caracterizam pecados...

Como já foi dito nesse blog, a CCB é explicitamente contra o estudo bíblico. Ela acredita que todas as decisões da igreja são dadas divinamente por Deus. Se os membros da CCB realmente estudassem a origem da palavra pecado, provavelmente eles mudariam de ideia sobre a doutrina de que os membros não cometem pecados após o batismo.

Etimologia da palavra PECADO
Pecado vem do latim peccare, que significa “dar um passo em falso”. Em hebraico a tradução de pecado é hatah (errar o alvo). Hamartia, em grego, significa sair da rota. Todas essas definições fazem menção ao mesmo sentido: erro, tropeço, desvio. Pecado, portanto, é qualquer desvio de conduta cometido. Os erros e fraquezas que a CCB tenta distinguir nada mais são do que pecados.

Agora vejamos o que a CCB diz em um tópico de Assembleia sobre o pecado.

TÓPICOS - 36ª ASSEMBLÉIA DE 05 A 09 DE ABRIL DE 1971
59 - DESQUITE - NÃO NOS ENVOLVEMOS EM TAIS CASOS - HAVENDO NECESSIDADE, DAR APENAS ORIENTAÇÕES
"...Desquites e novo casamento em questões que não sejam por infidelidade matrimonial não podemos aceitar. Quem faz isso está adulterando. E adúlteros e pecadores nada tem a fazer em nosso meio. Não serão considerados nossos irmãos. Não somos uma congregação de pecadores, mas sim de santos de Deus, pois a Igreja é a esposa de Cristo, pura, santa e imaculada. Esta é a doutrina de Cristo para tais casos."
                                                                                                   
Oras oras, veja como a CCB é enfática em afirmar que eles não pecam, e que pecadores não tem lugar entre eles. Muito interessante o posicionamento dessa religião se compararmos as palavras do próprio líder que ela afirma seguir, o Senhor Jesus.

Agora vamos ver Jesus fala sobre pecados e pecadores:

Jesus, porém, foi para o Monte das Oliveiras.
E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava.
E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério;
E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.

E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
Quando ouviram isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.
E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.


João 8:1-11
                                                                                                                                        
Trata-se de uma das passagens mais conhecidas da Bíblia Sagrada, e uma das menos praticadas pelos religiosos. Quem eram os fariseus? Eram homens que se consideravam cumpridores da lei, e que portanto tinham o direito de julgar a outros. Jesus então mandou que aquele que não tivesse pecados, que atirasse a primeira pedra. Todos saíram, obviamente pois todos tinham pecado, porém eles acreditavam que não. Alguma semelhança com grupos religiosos da atualidade?

Em uma outra parábola, o Fariseu e o Publicano, Jesus também criticou duramente a soberba farisaica em se achar melhor que outras pessoas:

E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este (o publicano) desceu justificado para sua casa, e não aquele (o fariseu); porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.


Lucas 18:9-14

Aqui podemos ver que quem foi justificado foi o publicano, pois confessou seus pecados e foi humilde. Já o fariseu se achava o tal, cumpria tudo o que Deus mandava, inclusive agradecendo a Deus por não ser como os demais homens. Este é o mesmo sentimento que permeia o ser dos membros da CCB. Lá eles são ensinados que foram escolhidos por Deus, que são um povo eleito, diferenciado, uma elite espiritual, zelosos e de boas obras. Não são como os demais homens, pecadores, longe disso. São SANTOS E SANTAS que não praticam pecados, apenas possuem pequenas faltas e fraquezas.

Note também que nessa parábola o fariseu se considerava superior por não ser como os outros homens, e menciona o pecado de adultério, justamente o erro mais central da doutrina do pecado da CCB. 

Agora vamos ver uma última passagem bíblica sobre a questão do pecado.

Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.
Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.

1 João 1:8-10

Esta carta é direcionada à uma congregação cristã do primeiro século: Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Ou seja, somos mentirosos. E o autor da carta ainda foi mais longe, se dissermos que não temos pecados, fazemo-lo mentiroso. Fazemos a quem mentirosos? Ao Senhor Jesus.

Jesus não apoiava o pecado. Ao perdoar a mulher adúltera, ele mandou que ela não pecasse mais. No entanto, sabendo que somos sujeitos ao erro, na parábola do fariseu e do publicano ele mostrou que, confessando nossos pecados, somos justificados. Finalizando ainda esse raciocínio, o autor da epístola de 1 João diz que TODOS PECAMOS, e que devemos confessar nossos pecados para obter o perdão divino.

A CCB faz exatamente o papel do Fariseu acusador. Ela ensina a seus frequentadores que os tais são santos, puros, imaculados, sem pecado. Ensina também o orgulho, a se considerarem melhores que os outros, pois “adúlteros e pecadores não tem lugar em seu meio”. São todos mentirosos, pois dizem não ter pecados, e orgulhosos, pois se acham melhores que os pecadores confessos. Além do mais, fazem do próprio Senhor Jesus Cristo mentiroso, conforme 1 João 1:10.

Em quem, portanto, devemos confiar: em Jesus ou nos Fariseus dos tempos modernos?



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