sábado, 25 de agosto de 2018

Uma Congregação de Mentirosos no Brasil



A Congregação Cristã no Brasil prega que todo e qualquer pecado praticado antes de uma pessoa se filiar à denominação através do batismo nas águas será perdoado, e que após isso a pessoa não pode mais pecar. Para a CCB, existe um único pecado que é gravíssimo: o sexo extraconjugal, o que ela sempre considerou “pecado de morte”.

Os anciães e cooperadores nunca vão pregar de cima do púlpito que um irmão já batizado peca, mas sim que o tal possui “faltas e fraquezas”. Dentre estas estão mentiras, engano, lascívia, traições, roubos, estelionatos, soberba, falsidade, inveja, orgulho, desprezo, desonra de pai e mãe, praguejamento, mal caráter, arrogância entre outras coisas que para a CCB não caracterizam pecados...

Como já foi dito nesse blog, a CCB é explicitamente contra o estudo bíblico. Ela acredita que todas as decisões da igreja são dadas divinamente por Deus. Se os membros da CCB realmente estudassem a origem da palavra pecado, provavelmente eles mudariam de ideia sobre a doutrina de que os membros não cometem pecados após o batismo.

Etimologia da palavra PECADO
Pecado vem do latim peccare, que significa “dar um passo em falso”. Em hebraico a tradução de pecado é hatah (errar o alvo). Hamartia, em grego, significa sair da rota. Todas essas definições fazem menção ao mesmo sentido: erro, tropeço, desvio. Pecado, portanto, é qualquer desvio de conduta cometido. Os erros e fraquezas que a CCB tenta distinguir nada mais são do que pecados.

Agora vejamos o que a CCB diz em um tópico de Assembleia sobre o pecado.

TÓPICOS - 36ª ASSEMBLÉIA DE 05 A 09 DE ABRIL DE 1971
59 - DESQUITE - NÃO NOS ENVOLVEMOS EM TAIS CASOS - HAVENDO NECESSIDADE, DAR APENAS ORIENTAÇÕES
"...Desquites e novo casamento em questões que não sejam por infidelidade matrimonial não podemos aceitar. Quem faz isso está adulterando. E adúlteros e pecadores nada tem a fazer em nosso meio. Não serão considerados nossos irmãos. Não somos uma congregação de pecadores, mas sim de santos de Deus, pois a Igreja é a esposa de Cristo, pura, santa e imaculada. Esta é a doutrina de Cristo para tais casos."
                                                                                                   
Oras oras, veja como a CCB é enfática em afirmar que eles não pecam, e que pecadores não tem lugar entre eles. Muito interessante o posicionamento dessa religião se compararmos as palavras do próprio líder que ela afirma seguir, o Senhor Jesus.

Agora vamos ver Jesus fala sobre pecados e pecadores:

Jesus, porém, foi para o Monte das Oliveiras.
E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava.
E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério;
E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.

E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
Quando ouviram isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.
E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.


João 8:1-11
                                                                                                                                        
Trata-se de uma das passagens mais conhecidas da Bíblia Sagrada, e uma das menos praticadas pelos religiosos. Quem eram os fariseus? Eram homens que se consideravam cumpridores da lei, e que portanto tinham o direito de julgar a outros. Jesus então mandou que aquele que não tivesse pecados, que atirasse a primeira pedra. Todos saíram, obviamente pois todos tinham pecado, porém eles acreditavam que não. Alguma semelhança com grupos religiosos da atualidade?

Em uma outra parábola, o Fariseu e o Publicano, Jesus também criticou duramente a soberba farisaica em se achar melhor que outras pessoas:

E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este (o publicano) desceu justificado para sua casa, e não aquele (o fariseu); porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.


Lucas 18:9-14

Aqui podemos ver que quem foi justificado foi o publicano, pois confessou seus pecados e foi humilde. Já o fariseu se achava o tal, cumpria tudo o que Deus mandava, inclusive agradecendo a Deus por não ser como os demais homens. Este é o mesmo sentimento que permeia o ser dos membros da CCB. Lá eles são ensinados que foram escolhidos por Deus, que são um povo eleito, diferenciado, uma elite espiritual, zelosos e de boas obras. Não são como os demais homens, pecadores, longe disso. São SANTOS E SANTAS que não praticam pecados, apenas possuem pequenas faltas e fraquezas.

Note também que nessa parábola o fariseu se considerava superior por não ser como os outros homens, e menciona o pecado de adultério, justamente o erro mais central da doutrina do pecado da CCB. 

Agora vamos ver uma última passagem bíblica sobre a questão do pecado.

Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.
Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.

1 João 1:8-10

Esta carta é direcionada à uma congregação cristã do primeiro século: Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Ou seja, somos mentirosos. E o autor da carta ainda foi mais longe, se dissermos que não temos pecados, fazemo-lo mentiroso. Fazemos a quem mentirosos? Ao Senhor Jesus.

Jesus não apoiava o pecado. Ao perdoar a mulher adúltera, ele mandou que ela não pecasse mais. No entanto, sabendo que somos sujeitos ao erro, na parábola do fariseu e do publicano ele mostrou que, confessando nossos pecados, somos justificados. Finalizando ainda esse raciocínio, o autor da epístola de 1 João diz que TODOS PECAMOS, e que devemos confessar nossos pecados para obter o perdão divino.

A CCB faz exatamente o papel do Fariseu acusador. Ela ensina a seus frequentadores que os tais são santos, puros, imaculados, sem pecado. Ensina também o orgulho, a se considerarem melhores que os outros, pois “adúlteros e pecadores não tem lugar em seu meio”. São todos mentirosos, pois dizem não ter pecados, e orgulhosos, pois se acham melhores que os pecadores confessos. Além do mais, fazem do próprio Senhor Jesus Cristo mentiroso, conforme 1 João 1:10.

Em quem, portanto, devemos confiar: em Jesus ou nos Fariseus dos tempos modernos?



quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Se sairmos da CCB, para onde iremos nós?


E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele.Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.

João 6:65-69

No começo tudo é muito belo. Ambiente limpo, claro, Iluminação perfeita, paredes branquinhas. Mulheres sentadas de um lado com véu branco na cabeça, homens do outro lado trajando terno e gravata. No meio da igreja, uma orquestra. Lindos hinos sacros. Pessoas bem vestidas. Reunião agradável. A pregação trás conforto, promessas de dias melhores e milagres inimagináveis. O testemunhado (antigamente chamado de criatura) começa a observar todo aquele movimento e aos poucos vai sendo convencido de que aquela é a verdadeira graça de Deus, a gloriosa Congregação Cristã no Brasil. Ali os pastores, que são chamados de anciãos, não recebem salário. A Igreja não possui ligação com partidos políticos, nem possui programas de rádio e televisão. Mesmo assim, batizam-se mais de 100 mil pessoas por ano "nessa obra". Tudo é maravilhoso. Como pode não ser esta a verdadeira obra de Deus? Então, após algumas semanas ou meses congregando, a pessoa é convencida a assistir um batismo. Não que ela vá se batizar, claro que não, afinal essa obra não é de quem quer, nem de quem corre, mas de quem Deus usa de misericórdia, como o povo da CCB costuma dizer. Ela só vai assistir, e se Deus chamar, ela pode então se batizar. Caso contrário, não. Este é o apelo batismal tradicional da CCB. Por fim, a pessoa sente o chamado e finalmente passa pela pelas águas do santo batismo da CCB. A esta altura do campeonato, ela já começou a assimilar a doutrina da igreja, a única e exclusiva verdadeira graça de Deus. A única cujo batismo conduz à vida eterna. A única com a verdadeira doutrina cristã apostólica. 

O novo convertido fica empolgado. Ele passa então a congregar todos os dias. Visita diferentes congregações de sua região. Atravessa a cidade para conhecer a irmandade de outros bairros. Ele ou ela começa a pregar "essa graça" para todos os seus conhecidos e familiares, afinal estamos nos fim dos tempos, e somente aqueles que estão dentro da arca CCB irão se salvar. Culto após culto, palavra após palavra, hino após hino. Então acontece o clímax da fé CCBiana: A pessoa recebe o dom do Espírito Santo com evidência de novas línguas. A confirmação do Consolador. A pessoa fica então ainda mais certa de que está no caminho certo, que somente aquela porta conduz à vida eterna, e que todas as outras igrejas são falsas. Assim nasce um novo adepto da Congregação Cristã no Brasil.

Mas nem tudo permanece igual por muito tempo...

Com o passar dos meses e dos anos, aquele fervor inicial começa a receber novos inputs. A pessoa começa a perceber coisas que não eram tão evidentes no começo de sua fé. Com o passar dos meses, congregando na mesma comum e em outras congregações, o fiel percebe que várias pregações da palavra se repetem com grande frequência. "Aquele cooperador já não havia pregado 11 de Aos Hebreus há menos de 3 semanas? Ah, mas deve haver alguma razão para Deus ter revelado a mesma palavra em tão curto período de tempo"...passam-se mais alguns dias, novamente o pregador lê a mesma palavra. Aos poucos, a pessoa vai entendendo como funciona o sistema. Salmos 23 é uma das palavras favoritas dos pregadores, não que eles queiram, longe disso, afinal é Deus quem revela. O mesmo se pode dizer de Aos Romanos 8:31: Se Deus é por nós, quem será contra nós?! Uma outra palavra revelada cliché. A pessoa então começa a ter algumas dúvidas, mas não as manifesta com medo de estar pecando contra o Espírito Santo. Ela então vai no Google e faz uma pesquisa de quantos capítulos a Bíblia possui, e aprende que há quase 1200. No entanto, ela se dá conta que na CCB as pregações da Palavra são sempre as mesmas. Em suas contas, deve girar em torno de 30 ou 40 capítulos ou passagens bíblicas que se repetem como num sistema de rodízio. A pessoa então reflete que, se a palavra é revelada, por que Deus só revela uma pequena parte das escrituras nos cultos? Então o fiel começa a ter ainda mais dúvidas, e passa a examinar outros pontos da dita palavra revelada...

O crente começa a analisar que, desde que começou a congregar, ouviu várias promessas dos púlpitos da Congregação, feitas muitas vezes por pregadores eloquentes. Estranhamente, essas promessas, também chamadas de profecias, nunca eram direcionadas a ninguém em específico, sendo sempre direcionadas a "alguém" em geral: 
  • "Deus me faz claro que tem alguém aqui nessa noite que veio buscar a palavra para fazer um negócio. Deus manda te dizer: pode fazer que é da minha vontade. Eu serei contigo";
  • "Deus me mostra que alguém está passando por uma prova espiritual, mas Deus manda te dizer que é contigo e que irá te libertar desse espírito maligno";
  • "Alguém entrou aqui nessa noite perguntando se é da Minha vontade esse casamento. Eu te digo, Meu servo: Pode marcar a data que Eu aprovo essa união";
Dentre muitas dessas pregações, a pessoa sentiu que em várias delas Deus estaria falando com ele ou ela em sua necessidade. Mas dia após dia, semana após semana, meses, anos se passaram e a profecia não se cumpriu. Algumas dessas profecias inclusive já se foram com a morte de alguém que se esperava libertação, com a resposta negativa por uma vaga de emprego naquela empresa ou promoção no trabalho, pela decepção de ter um namoro desfeito com alguém que a palavra havia confirmado o casamento...

Além das pregações repetitivas e das falsas profecias, a pessoa também nota que muitos testemunhos são fantasiosos, sem fundamento e que carecem inclusive de lógica. Mesmo assim, os cooperadores, anciães e toda a irmandade manifesta línguas e dão glórias quando ouvem tamanhas histórias.

Outras coisas começam então a não fazer sentido para aquele crente: 
  • Por que eu tenho que usar roupas novas na Santa Ceia, quando o princípio do cristianismo é a humildade? 
  • Por que eu não posso usar bermudas, mas é tolerável que as irmãs usem saias mostrando as pernas? 
  • Por que não posso usar barba, se não há nenhuma proibição bíblica sobre o assunto? 
  • Porque eu preciso usar terno e gravata para ir à igreja em dias de extremo calor? Qual é a relação dessa vestimenta com as palavras de Cristo? 
  • Por que as irmãs não podem tirar o excesso de sobrancelhas? 
  • Por que não tingir os cabelos sob a alegação de que isto é vaidade, quando todos estão indo congregar com roupas novas, perfumes importados, irmãs desfilando com véus de renda caríssima? 
  • Se é Deus quem revela cooperadores, diáconos e anciões para o ministério, porque mais de 90% desses são parentes e amigos dos anciães mais influentes da região?
E assim suscetivamente. Mas à esta altura, a pessoa já está envolvida demais no sistema. Ela já sabe tocar um instrumento, já está familiarizada com a letra da maioria dos hinos. Todo o seu círculo de amizade está dentro da CCB. Muitos dos seus parentes também. Então a pessoa começa a pensar: Isso não faz mais sentido para mim. Eu não acredito no sistema como ele é. Não acredito mais nessas manifestações de línguas estranhas. Não acredito mais nessas pregações repetitivas e óbvias. Não acredito mais que esse é o caminho que conduz a Deus. Não acredito mais na revelação da palavra. Não acredito mais na revelação do ministério. Não acredito mais que Deus confirma casamentos, mesmo porque o próprio ministério desfez essa crença em uma circular no ano de 2007. 

Mas, e agora? Para onde ir? Não tenho mais amigos lá fora. Eu amo tocar na orquestra / meu órgão. Tenho inúmeros ternos / vestidos e só tenho a igreja para usá-los. Não tenho muitos eventos sociais para frequentar. O que será dos meus sábados e domingos à noite? Onde eu encontrarei outro grupo com o qual eu me identifique novamente? E como será quando eu encontrar os irmãos da minha comum na rua, será que continuarão me saudando com a paz de Deus ou vão mudar de calçada para não falar comigo? 

E assim,  aquela pessoa se vê descrente no sistema e sem rumo. O que fazer nessa situação? Ele ou ela continua no sistema, pura e simplesmente por não conseguir se ver fora dele. É exatamente assim como as seitas prendem as pessoas dentro delas. Fazendo com que elas não consigam se enxergar fora do matrix

Esse sentimento permeia as almas não apenas dos crentes da CCB, mas também de frequentadores de outras seitas, como as Testemunhas de Jeová, os Mórmons e os Adventistas. Estas denominações fazem a pessoa crer que somente dentro delas as pessoas terão conforto e alento. Elas tomam o lugar de Jesus, quem tem palavras de vida eterna, conforma a passagem bíblica do começo dessa postagem, para elas próprias. Assim, as pessoas associam que abandonar o grupo é abandonar o próprio Deus e seu Filho.

Mas há vida lá fora

Em algum momento essa pessoa terá de ser fiel a suas convicções, e terá de tomar posição: Perder o apoio dos parentes e amigos que estão no sistema, ou serem realmente elas mesmas? Até que ponto vale a pena permanecer num sistema de crenças limitador e exclusivista, apenas para ter um círculo social? Até que ponto vale a pena tocar um instrumento dentro de uma organização que se auto proclama a graça de Deus? Até que ponto vale a pena vender nossa verdadeira liberdade por uma falsa liberdade "concedida por anciães" para chamar hinos, tocar e testemunhar nos cultos?

Pense por si próprio, chegue a uma conclusão e ponha seu plano em ação. Seja livre!! Exerça sua real liberdade cristã!

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Quem sai da Congregação Cristã no Brasil vira mendigo?


Uma das ferramentas mais poderosas que as seitas usam contra seus adeptos é o medo. Lembra quando você era criança que sua mãe falava sobre o bicho papão ou mula sem cabeça? Houve uma época em que a "loira do banheiro" era o terror das escolas.  Sabendo desse sentimento que permeia a alma das pessoas, a Congregação Cristã no Brasil, através de seus cooperadores e anciãos, perpetua lendas urbanas de pessoas que supostamente "deixaram essa graça" e acabaram vivendo nas ruas. É uma forma de fazer com que as pessoas que estejam pensando em abandonar a religião voltem atrás, afinal de contas, quem quer virar mendigo? Ninguém, obvio.

Em meus anos de frequentador da CCB, ouvi inúmeros "testemunhos" que falavam de um certo irmão que "pecou de morte", "caiu dessa graça" e vive perambulando pelas ruas do Brasil. O mais interessante era que cada pessoa que contava o testemunho, aparentemente sobre a mesma pessoa, mudava detalhes. Alguns diziam que teriam falado pessoalmente com tal irmão, outros que ouviram alguém contar. Fato é que o objetivo final é apenas de fazer com que as pessoas "valorizem essa graça" e jamais "parem de congregar", caso contrário, você irá terminar como o irmão desse testemunho.

O interessante é que desde que eu comecei a ir na CCB no ano de 1998 e até o ano presente, 2018, eu conheço DEZENAS de pessoas que "pecaram de morte" ou simplesmente "abandonaram essa graça" por considerar uma doutrina sem sentido para elas, e que, pasmem, estão muito melhores financeiramente, fisicamente e emocionalmente do que quando eram membros dessa religião. Não conheço ninguém que tenha saído da CCB e que tenha se tornado mendigo. Mas nenhuma dessas pessoas é citada nos "testemunhos" como exemplo. Por que será?! Obviamente porque eles não querem que as pessoas que estão dentro do sistema deixem de crer nele, e que elas continuem acreditando que somente ali estarão protegidas e salvas.

Portanto, o testemunho do mendigo ex crente é somente mais uma arma do medo usada para controlar as pessoas.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

A obsessão da CCB por pelos e cabelos


Dos muitos anos que estive congregado na CCB, confesso que nunca engoli muito bem as proibições com relação ao uso de barba para homens. Curiosamente, vi várias irmãs mais idosas que não tiravam os pelos do rosto (barba de idosas) por ser considerado "vaidade". Algumas jovens também não tiravam o buço (bigodinho).

Quem frequenta a CCB sabe que as mulheres são exortadas a não cortarem os cabelos. Muitas igrejas (comuns) mais radicais proíbem as organistas de tocarem até que os cabelos voltem à crescer, caso elas cortem as pontas. Além do mais, mulheres são exortadas a não tirarem sobrancelhas ou outros pelos corporais. Existe inclusive tópicos recentes sobre esses assuntos:

Tópicos de Assembleia de 2007

* 10 - ADVERTÊNCIA À IRMANDADE SOBRE VAIDADE E COSTUMES MUNDANOS

Ultimamente, vem se observando que a vaidade e os costumes mundanos estão se alastrando no meio do povo de Deus. A irmandade, em geral, tem responsabilidade perante Deus de se enquadrar na doutrina.

As irmãs devem evitar trajes exagerados, trajando sempre roupas modestas. As santas do Senhor não devem usar pinturas, nem depilar as sobrancelhas ou tingir os cabelos, nem darem-se à exibição de jóias. Devem ter os cabelos crescidos, conforme a Palavra. Vestidos decotados, sem mangas, saias curtas ou abertas, roupas transparentes ou modelos indecorosos, não devem fazer parte dos costumes das servas de Deus.

Irmãos que tingem os cabelos e bigodes também devem entrar na disciplina

Os jovens devem se abster de penteados e cortes de cabelo exóticos e exagerados.
Nossa irmandade deve abster-se de tatuagens e “piercings”.

Tópicos de Assembleia de 2017

*11. BARBA CRESCIDA E OU CAVANHAQUE (Repetição do Tópico 9 de 2014)
Aconselhamos nossos irmãos, inclusive seus filhos, que não é conveniente aos nossos princípios o uso de barba crescida e nem cavanhaque, como também os cabelos penteados de forma exótica.

Quanto aos recém chamados na graça, aguardemos que o Senhor faça a obra. A saudação com ósculo santo em um rosto com barba crescida torna-se incômoda, tendo em vista a recomendação da Palavra: “...Saudai-vos uns aos outros com santo ósculo” (Romanos 16:16). O Ministério reprova o uso desse costume. 

Quanto aos irmãos que ocupam cargos ou Ministérios, apresentando-se assim, serão advertidos a enquadrarem-se neste ensinamento e, se persistirem, deverão deixar o seu cargo ou Ministério, pois essa é a disciplina da Congregação Cristã no Brasil, conforme os tópicos já anteriormente aprovados em Reuniões Gerais Anuais de Ensinamentos, os quais têm força estatutária. (Art.44 do Estatuto da Congregação Cristã no Brasil).

Qual é a correlação bíblica para tirar a liberdade de um músico que deixa a barba crescer? Que disciplina é essa da CCB que não leva em consideração fatores da própria biologia humana, onde homens possuem barba que, teoricamente, foi dada por Deus para alguma razão, senão não estaria ali?? A contradição é tamanha que mulheres são proibidas de tirar pelos (sobrancelhas), e homens são proibidos de deixar o pelo (barba) crescer? Que Deus é esse que pune seus filhos por tolices como quantos centímetros de barba um homem possui, ou se vai espetar o rosto do irmão ao saudá-lo com o ósculo quando todos sabemos que no antigo testamento era inclusive proibido raspar a barba? Sendo assim Jesus e seus discípulos estariam fora da "disciplina" da CCB, e proibidos de exercer ministérios nessa instituição. 

Imagine o que esses anciãos devem achar de depilação íntima então...

O que seriam cortes de cabelo "exóticos"? Será que há 2000 anos Jesus não acharia os cabelos dos membros da CCB exóticos?


Vemos, portanto, que para o deus da CCB, quem revela os tópicos de ensinamentos todos os anos nas reuniões ministeriais, é muito importante que seus servos controlem o tamanho dos pelos que ele próprio colocou em seus corpos, sendo que para mulheres, o pecado é tirar, e para os homens, o pecado é deixar.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Hino Graça Maravilhosa (Congregação Gloriosa)

O hino Graça Maravilhosa (Wonderful Grace of Jesus) é um dos mais belos do cristianismo contemporâneo. Tendo sido composto, melodia e poesia, em 1918 por Harold Lillenas, norueguês de nascimento, e radicado nos Estados Unidos da América. Lillenas e sua esposa Bertha Mae Wilson eram pastores da Igreja do Nazareno.
                                         Wonderful Grace of Jesus

Como eu já publiquei em um artigo anterior, a CCB copiou vários hinos de diversas denominações evangélicas e os colocou dentro do seu hinário, proibindo pessoas que não são da CCB de usá-los, inclusive as dissidências. O que eu acho curioso é que tal exclusividade não é nem legítima, nem cristã, primeiro porque a grande maioria dos hinos foi apenas traduzida de denominações que a CCB chamava até pouco tempo de "seitas". Outra porque o evangelho de Cristo é universal, e a própria CCB afirma que os hinos são "a Palavra de Deus cantada". 
Mas o que eu quero ressaltar nesse artigo é que, quando o hino Graça Maravilhosa é cantado na CCB, o conceito verdadeiro, aquele que inspirou o autor do hino a compô-lo, é totalmente deturpado, uma vez que a CCB se considera a GRAÇA DE DEUS, quando, de fato, a VERDADEIRA GRAÇA não é e nunca foi a Congregação Cristã no Brasil, mas sim a salvação gratuita dada por Deus aos homens através da morte de Jesus Cristo, seu filho. Mas não na CCB. Na CCB, a letra do hino Graça Maravilhosa é subentendida na mente dos seus membros diferentemente.:
Congregação gloriosa, de Louis Francescon
Nas águas do batismo, ela me perdoou;
Ela se estende a poucos, a poucos dá perdão;
Pois só nessa divina graça há salvação;
Coro
É maravilhosa e sublime, a divina e santa CCB;
Nada a ela se pode igualar;
Ela apagou os meus pecados, e à glória eterna me conduz;
Magnifica é Congregação Cristã no Brasil.
Se Francescon estivesse vivo, ele certamente ficaria muito triste em saber que uma denominação usou seu hino deturpando seu verdadeiro significado. Imagine então o que Jesus e Paulo pensariam a respeito...

domingo, 5 de agosto de 2018

Louis Francescon: Batismo, filiação religiosa e influência pentecostal


Entenda como foi o verdadeiro início da Obra de Deus, por Louis Francescon
Louis Francescon, em sua comum congregação Christian Congregation Church, em Chicago
Como todos que frequentam a Congregação Cristã no Brasil sabem, Louis Francescon foi o líder que deu início a este movimento no Brasil no ano de 1910.

Quem conhece a CCB como ela é hoje pode pensar que essa denominação sempre foi da mesma forma desde o seu início. Ledo engano. Há várias décadas, a Congregação Cristã no Brasil se tornou uma igreja exclusivista, que nega suas origens pentecostais, não mantém laços nem comunhão com nenhuma denominação religiosa (nem mesmo outras igrejas fundadas por Louis Francescon em outros países, como a Asambleia Cristiana na Argentina e Assemblee di Dio na Itália), e que se autointitula como sendo a VERDADEIRA GRAÇA  de Deus. Além do mais, a CCB rebatiza todos os cristãos que desejam fazer parte de sua denominação, pois para ela o batismo feita por outras denominações religiosas é invalido, mesmo sendo por imersão. É preciso ser batizado por um ancião ordenado dentro da Congregação Cristã no Brasil, que segundo ela foi revelado por Deus, quando, na verdade, os ministros da CCB são ordenados em sua grande maioria por laços familiares e amizades como s anciães mais antigos, além de precisarem ser batizado com o dom de novas línguas (o que não há prova alguma de ser verdadeiramente uma língua existente, pois nunca são postos à prova com tradutores).


Asamblea Cristiana - Argentina

Assemblee di Dio - Itália

Asambleas Cristianas de Guatemala
O que a Congregação Cristã no Brasil não contava é com o acesso democrático da informação nos dias atuais, através da internet, permitindo a revelação de vários fatos históricos relevantes que desmascaram falsas afirmações proferidas pela igreja.

Tópicos da Assembleia de Ensinamentos de 1961
- DOUTRINA DO BATISMO 

Quando se vae batisar, sendo o servo de Deus um mandado do Senhor, para cumprir o mandamento deve usar as palavras “Em Nome do Senhor Jesus te batiso Em Nome do Pae, do Filho e do Espírito Santo” tudo conforme se encontra em S. Mateus XXVIII, vs. 19 e Atos II, vs. 38. Pois o sacramento que está cumprindo é um mandamento do Senhor Jesus. Sempre temos considerado que todos sejam batisados segundo o Senhor nos tem feito claro desde o princípio desta Obra. O Senhor nos guiou em que só sejam considerados nossos irmãos aqueles que se batisam entre nós.  Na obra de Deus não temos parentes nem amigos, todos somos iguaes e quem não está na doutrina não é considerado como irmão nem tem liberdade nos cultos.



Tópicos de Assembleia de 1988
22 - A CONGREGAÇÃO NÃO É PENTECOSTAL - A CONGREGAÇÃO NÃO SE ORIGINOU DE DISSIDENTES DA ASSEMBLÉIA DE DEUS - A ASSEMBLÉIA DE DEUS NÃO SURGIU DA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL

"As entidades que analisam o movimento evangélico em nosso País costumam nos classificar entre as igrejas pentecostais, devido ao fato de estes também crerem na manifestação do Espírito Santo com evidências de novas línguas. Não somos pentecostais, nem temos afinidades com quaisquer outros ramos evangélicos.


Deus derramou a Promessa do Espírito Santo sobre os discípulos, em Jerusalém, no dia de Pentecostes. Este era um dia de festa nacional dos judeus, motivo pelo qual judeus de todas as partes da terra se achavam reunidos em Jerusalém. A lei de Moisés determinava essa festa anual. - Entretanto, a efusão do Espírito Santo nada tem a ver, doutrinalmente, com a festa de Pentecostes. Portanto, nós nada temos com o pentecostalismo. "

A Congregação Cristã no Brasil nega qualquer laço que a una atualmente com outras igrejas. Isto é fato. No entanto, o que ela não pode negar é que “no inicio dessa obra” as coisas não eram bem assim. Louis Francescon considerava sim pessoas de outras denominações irmãs em Cristo. Inclusive pessoas que não haviam sido batizadas por imersão, uma das doutrinas que o levou a se separar da igreja Presbiteriana à qual ele pertencia, também eram consideradas “salvas em Cristo”. Atualmente, a igreja no Brasil só considera as pessoas “salvas na CCB”, conforme os afirma a declaração acima “O Senhor nos guiou em que só sejam considerados nossos irmãos aqueles que se batisam entre nós “.

Vejamos agora o que Francescon dizia sobre pessoas de outras igrejas evangélicas, em seu testemunho pessoal:

"...No ano de 1898, o Senhor salvou o irmão Giuseppe Beretta por meio dos Metodistas Livres, Americanos, o qual após algum tempo uniu-se conosco, Presbiterianos italianos..


Em fins de Abril de 1907, o Senhor me fez encontrar com um irmão Americano, um dos primeiros a receber a promessa do Espírito Santo em Los Angeles, no ano de 1906 e, por meio dele soube que na W. North Ave, 943, havia uma missão que anunciava a promessa do Espírito Santo e que o próprio pastor (W. H. Durham) A havia recebido. Na primeira semana freqüentei sozinho aquele serviço e o Senhor me confirmou que aquela era sua obra. No domingo seguinte me acompanhou o resto do grupo.


Naquele tempo enquanto se esperava a promessa, o Senhor fez saber ao irmão W. H. Durhan e outros que Ele me havia chamado e preparado para levar sua mensagem a colônia italiana; após fui eu mesmo também confirmado por Deus.”


Na verdade, o batismo de Louis Francescon não seria considerado válido pela atual CCB, por uma série de fatores. Francescon foi batizado por Giuseppe Beretta, quem não havia sido ordenado ancião de acordo com a doutrina da Congregação Cristã no Brasil. Beretta foi batizado por um membro da Igreja dos Irmãos de Elgin, em Illinois. A Igreja dos Irmãos pratica, de fato, o batismo nas águas, mas com três imersões frontais, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Além do mais, atualmente para ser ancião da CCB é preciso falar novas línguas, e Giuseppe Beretta só recebeu o dom de novas línguas 5 anos depois de ter batizado Louis Francescon. Basta ler com atenção o “Histórico da Obra de Deus revelado pelo Espírito Santo no século passado”, disponível pela CCB para chegar a estas informações.

Outro ponto a ser considerado é que Louis Francescon afirmou que o Espirito Santo lhe revelou algo que nos dias atuais a CCB considera inconcebível: A OBRA DE DEUS SOB A TUTELA DE UM PASTOR. Vejamos:

Em fins de Abril de 1907, o Senhor me fez encontrar com um irmão Americano, um dos primeiros a receber a promessa do Espírito Santo em Los Angeles, no ano de 1906 e, por meio dele soube que na W. North Ave, 943, havia uma missão que anunciava a promessa do Espírito Santo e que o próprio pastor (W. H. Durham) A havia recebido. Na primeira semana freqüentei sozinho aquele serviço e o Senhor me confirmou que aquela era sua obra. No domingo seguinte me acompanhou o resto do grupo.

“Após algum tempo Francescon recebeu profecia do Pastor Durham que Deus o havia chamado para levar a mensagem pentecostal à colônia Italiana:

"No mês de julho a minha esposa foi a primeira a ser selada com o Dom do Espírito Santo, falando em língua Sueca e a irmã Dora Di Cicco foi a segunda falando em língua Chinesa. Em 25 de Agosto o benigno Senhor se comprazeu selar também a mim.

Naquele tempo enquanto se esperava a promessa, o Senhor fez saber ao irmão W. H. Durhan e outros que Ele me havia chamado e preparado para levar sua mensagem a colônia italiana; após fui eu mesmo também confirmado por Deus."

Veja abaixo como eram as coisas no "início dessa obra", e como elas ficaram: